Concurso de cozinheiros do exército russo
Um concurso de culinária com uma imensa variedade de comida é algo fantástico mas vulgar. Mas quando este se trata de um evento militar, em plena Russia, ele torna-se absolutamente único. E quando se percebe que todos os vegetais, frutas, carnes, compotas e enlatados são produzidos pelo próprio Exército Russo, ele torna-se extraordinário. Relembra-nos a história e o poder social do Exército Russo. Mesmo que não seja para toda a população do maior país do mundo, como o foi nos tempos soviéticos passados, todo o Exército Russo, ainda um dois maiores do mundo, continua a ser alimentado por comida totalmente produzida por si mesmo.Este evento aconteceu na base militar privada do pelotão das forças especiais “Mercury”, na vila de Zhornovka, região de Smolensk, Russia. NA
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Um concurso de culinária com uma imensa variedade de comida é algo fantástico mas vulgar. Mas quando este se trata de um evento militar, em plena Russia, ele torna-se absolutamente único. E quando se percebe que todos os vegetais, frutas, carnes, compotas e enlatados são produzidos pelo próprio Exército Russo, ele torna-se extraordinário. Relembra-nos a história e o poder social do Exército Russo. Mesmo que não seja para toda a população do maior país do mundo, como o foi nos tempos soviéticos passados, todo o Exército Russo, ainda um dois maiores do mundo, continua a ser alimentado por comida totalmente produzida por si mesmo.Este evento aconteceu na base militar privada do pelotão das forças especiais “Mercury”, na vila de Zhornovka, região de Smolensk, Russia. NA
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Última semana de campanhado PSD para as eleições legislativas de 2009
Este é o retrato de um político em campanha, de alguém com uma educação reservada, que sempre se demonstrou contra as metodologias, a escala e o conteúdo das campanhas dos dias de hoje. Todavia, o Povo, que sempre tudo paga, precisa de sentir-se amado, e obriga o político a aproximar-se. Assim sobe a cortina do teatro de rua para o barómetro das “arruadas”. Mesmo desconfortável no seu papel, Manuela Ferreira Leite foi obrigada a “actuar” e a fazer-se notada. Aqui, deixa de ter afastamento matemático, consciente da sua verdade, e cai no sacrifício em nome do partido. Contudo, o protagonismo popular é-lhe de uma violência que não consegue esconder. Este é, então, o retrato de alguém que tem de cumprir um dever. É, sobretudo, a solidão política e o vazio de quem se sente inadaptado. NA
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Leandro
Leandro Pires, 12 anos de idade, desapareceu nas águas do rio Tua em Mirandela. Leandro, residente na aldeia de Cedaínhos, concelho de Mirandela, frequentava o sexto ano de escolaridade na escola EB 2,3 do Agrupamento Luciano Cordeiro, naquela cidade. No dia 2 de Março fugiu da escola a chorar, alegadamente vítima de bullying, para o parque de merendas da cidade, onde se atirou ao rio Tua. Atrás dele foram o seu irmão gémeo e três primos, as únicas testemunhas que o viram a entrar despido no rio mas sem conseguirem impedi-lo de ser arrastado pela forte corrente. O seu corpo foi encontrado 23 dias depois, por um pescador, na margem do rio a 12 quilómetros do local onde desapareceu. A investigação do ministério público foi arquivada sem confirmação de suicídio. Ninguém foi responsabilizado. NA
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Leandro Pires, 12 anos de idade, desapareceu nas águas do rio Tua em Mirandela. Leandro, residente na aldeia de Cedaínhos, concelho de Mirandela, frequentava o sexto ano de escolaridade na escola EB 2,3 do Agrupamento Luciano Cordeiro, naquela cidade. No dia 2 de Março fugiu da escola a chorar, alegadamente vítima de bullying, para o parque de merendas da cidade, onde se atirou ao rio Tua. Atrás dele foram o seu irmão gémeo e três primos, as únicas testemunhas que o viram a entrar despido no rio mas sem conseguirem impedi-lo de ser arrastado pela forte corrente. O seu corpo foi encontrado 23 dias depois, por um pescador, na margem do rio a 12 quilómetros do local onde desapareceu. A investigação do ministério público foi arquivada sem confirmação de suicídio. Ninguém foi responsabilizado. NA
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Bairro da estação
A 8 de Abril de 2010, a Comissão Europeia pediu aos estados-membros para utilizarem os fundos da União Europeia na integração social e económica da comunidade cigana. Ao contrário das expulsões que aconteceram em França com grande intensidade em Julho de 2010, o Estado e poderes locais de Portugal trabalham na sua inclusão social. Um dos mais recentes exemplos é o trabalho de realojamento de uma comunidade cigana em Vila Nova de Famalicão que viveu 34 anos no “Bairro da Estação”, um bairro da lata dentro da cidade. Estes retratos são os rostos de algumas famílias fotografadas no interior das suas barracas onde os mais jovens viveram até então toda a sua vida, feitos ao longo dos últimos dois meses antes do seu realojamento. NA
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Sobreviventes
A um de Dezembro de 2011, o barco pesqueiro Virgem do Sameiro, que seguia com seis homens a bordo, foi dado como desaparecido ao largo da Figueira da Foz. Os naufragados eram todos das Caxinas, Vila do Conde, à excepção de um imigrante Ucraniano. A dois de Dezembro, os pescadores foram encontrados dentro de uma balsa por um helicóptero da Força Aérea que não participava das operações de busca e salvamento. Para muitos tratou-se de um milagre, pois que estes homens, o mestre José Manuel Coentrão, João Coentrão, Prudenciano Pereira, António Fernando Maravalhas, Manuel Oliveira e Tereskhov Vladyslav aguentaram três noites no mar, ao frio, sem comida, no meio de uma tempestade, rezando o terço. NA
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A um de Dezembro de 2011, o barco pesqueiro Virgem do Sameiro, que seguia com seis homens a bordo, foi dado como desaparecido ao largo da Figueira da Foz. Os naufragados eram todos das Caxinas, Vila do Conde, à excepção de um imigrante Ucraniano. A dois de Dezembro, os pescadores foram encontrados dentro de uma balsa por um helicóptero da Força Aérea que não participava das operações de busca e salvamento. Para muitos tratou-se de um milagre, pois que estes homens, o mestre José Manuel Coentrão, João Coentrão, Prudenciano Pereira, António Fernando Maravalhas, Manuel Oliveira e Tereskhov Vladyslav aguentaram três noites no mar, ao frio, sem comida, no meio de uma tempestade, rezando o terço. NA
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ÁLBUM DE FAMÍLIA
Uma fotografia é sempre uma imagem mental. Ou, noutras palavras, a nossa memória só é feita de fotografias
Philippe Dubois, O acto fotográfico
“A morte é uma flor que só abre uma vez”, é o primeiro verso de um poema de Paul Celan que muitas vezes esteve presente durante a execução deste trabalho. Sempre que morre alguém que foi fotografado por António Gonçalves Pedro (AGP) é enterrado um pedaço do património colectivo de Mora e também do processo do seu trabalho. A memória é vulnerável e preservá-la implica uma constante corrida contra o tempo. Estudar e arquivar devidamente a obra de um fotógrafo como AGP é urgente, e o apoio de todos essencial.
Não ter conhecido pessoalmente em vida AGP é uma fissura permanente em qualquer pesquisa que tente fazer sobre a sua obra. Posta esta urgência em encontrar com vida o maior número de pessoas fotogradas por ele, optei por concentrar todo o esforço em redor do livro editado em 2003. Este constitui um trabalho de muito tempo, de olhar criterioso e valioso que conceptualmente não pude ignorar.
O livro tornou-se, então, o centro do meu mundo. Procurei e fotografei as suas personagens. Passei-o de mão em mão, por entre olhos e ouvidos, sempre na esperança de uma identificação viva e de uma morada. Andava invariavelmente comigo, influindo em todas as relações e revelações, transformou-se num álbum de família contínuo, um álbum revisitado que não parava de se adensar com novas histórias, encontros e desencontros. Em pouco tempo, eu já não era o fotógrafo que pedia informações mas também alguém que informava e que recontava as notícias de quem se perdeu rasto no decorrer dos anos.
Para além dos retratos agora feitos, interessou-me também procurar as provas fotográficas reenquadradas que AGP entregava aos seus clientes. Desse modo acabei por mergulhar na vida interior dos originais álbuns de família, na casa de papel onde as pessoas arquivam a sua história. Ao mesmo tempo, percebi o impacto da ausência de um fotógrafo numa comunidade. Os álbuns de família estão cada vez mais vazios. Apesar de a fotografia se ter generalizado e de haver cada vez mais aparelhos fotográficos, as fotografias tiradas, ao invés de impressas, são enviadas em suportes digitais, reféns da instabilidade que advém de não se materializarem.
Este livro não encerra o meu trabalho, pois necessito demorar mais por Mora. Demorar porque o tempo escolhe o que perdura. Porque devemos escolher com o tempo, explicando-lhe também o que nos importa, o que nos identifica com dignidade e orgulho.
Nelson D’Aires
Abril de 2013
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Uma fotografia é sempre uma imagem mental. Ou, noutras palavras, a nossa memória só é feita de fotografias
Philippe Dubois, O acto fotográfico
“A morte é...
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Uma fotografia é sempre uma imagem mental. Ou, noutras palavras, a nossa memória só é feita de fotografias
Philippe Dubois, O acto fotográfico
“A morte é...
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Uma fotografia é sempre uma imagem mental. Ou, noutras palavras, a nossa memória só é feita de fotografias
Philippe Dubois, O acto fotográfico
“A morte é uma flor que só abre uma vez”, é o primeiro verso de um poema de Paul Celan que muitas vezes esteve presente durante a execução deste trabalho. Sempre que morre alguém que foi fotografado por António Gonçalves Pedro (AGP) é enterrado um pedaço do património colectivo de Mora e também do processo do seu trabalho. A memória é vulnerável e preservá-la implica uma constante corrida contra o tempo. Estudar e arquivar devidamente a obra de um fotógrafo como AGP é urgente, e o apoio de todos essencial.
Não ter conhecido pessoalmente em vida AGP é uma fissura permanente em qualquer pesquisa que tente fazer sobre a sua obra. Posta esta urgência em encontrar com vida o maior número de pessoas fotogradas por ele, optei por concentrar todo o esforço em redor do livro editado em 2003. Este constitui um trabalho de muito tempo, de olhar criterioso e valioso que conceptualmente não pude ignorar.
O livro tornou-se, então, o centro do meu mundo. Procurei e fotografei as suas personagens. Passei-o de mão em mão, por entre olhos e ouvidos, sempre na esperança de uma identificação viva e de uma morada. Andava invariavelmente comigo, influindo em todas as relações e revelações, transformou-se num álbum de família contínuo, um álbum revisitado que não parava de se adensar com novas histórias, encontros e desencontros. Em pouco tempo, eu já não era o fotógrafo que pedia informações mas também alguém que informava e que recontava as notícias de quem se perdeu rasto no decorrer dos anos.
Para além dos retratos agora feitos, interessou-me também procurar as provas fotográficas reenquadradas que AGP entregava aos seus clientes. Desse modo acabei por mergulhar na vida interior dos originais álbuns de família, na casa de papel onde as pessoas arquivam a sua história. Ao mesmo tempo, percebi o impacto da ausência de um fotógrafo numa comunidade. Os álbuns de família estão cada vez mais vazios. Apesar de a fotografia se ter generalizado e de haver cada vez mais aparelhos fotográficos, as fotografias tiradas, ao invés de impressas, são enviadas em suportes digitais, reféns da instabilidade que advém de não se materializarem.
Este livro não encerra o meu trabalho, pois necessito demorar mais por Mora. Demorar porque o tempo escolhe o que perdura. Porque devemos escolher com o tempo, explicando-lhe também o que nos importa, o que nos identifica com dignidade e orgulho.
Nelson D’Aires
Abril de 2013
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