Quase todas as histórias irão morrer, é inevitável… mas hoje a Guerra Colonial é uma história que continua a existir, que decorre, que ainda não se encerrou no silêncio do pó dos livros ou no recôndito dos documentos.
Estamos em 2015, portanto os então jovens e adultos
de 1961 a 1974 são hoje homens na casa dos 60, 70 anos e cruzam-se connosco no café, nos transportes públicos, na fila do supermercado, na farmácia, por todo o lado e isso não nos é PRESENTE.
Quando parti para o cumprimento da Bolsa Estação
Imagem sabia ir remexer numa ferida silenciosa, ainda por
sarar.
Em Mora encontrei o que se pode encontrar por todo o
país. Basta um olhar atento, consciente e a fonte abre-se,
a narrativa individual jorra, confessa, acusa, condói-se e,
sobretudo, manifestando-se, exorciza um mal que transporta, que só é partilhado no recato de um círculo de
confiança.
Mais do que uma sentida homenagem a estas gerações
pretendo com este trabalho contribuir para inscrever na
realidade, no PRESENTE e na primeira pessoa do singular
os seus testemunhos.
Hermano Noronha
Fevereiro 2015
Texto
Pedro Aires Oliveira
Capa mole com badanas integrais
235 × 280 mm
32 páginas
37 fotografias
isbn 978-989-99141-5-5