Mensagem Presidente do Júri

Sendo eu um eterno optimista, abordo sempre os eventos da vida com uma mente aberta e com o mínimo de preconceitos que me é possível. Quando o Luís e o Bruno me abordaram para presidir à entrega dos prémios deste mesmo ano, fiquei honrado mas também intrigado. Com escasso conhecimento sobre este prémio e, para minha vergonha, sem nunca ter visitado Portugal, encontrava-me desprovido de uma noção real sobre o trabalho que estava a ser produzido.  Tal como não se quer saber as críticas e opiniões antes de ir ver um filme ou peça de teatro, da mesma forma decidi abordar este evento – completamente desprevenido, de modo a tecer as minhas próprias conclusões e veredicto geral. O lendário João Silva, a fabulosa Cheryl Newman, bem como o muito respeitado Laurent Rebours da AP em Paris, seriam os meus companheiros de avaliação durante essa semana, algo que me deixava antever uma semana em grande. No entanto, nada me preparara para a experiência que acabaríamos por partilhar. Os trabalhos que vimos durante esses três dias eram simplesmente extraordinários, da maior qualidade, diria mesmo, de classe mundial. Ao longo dos anos, tive o privilégio de avaliar muitos prémios da World Press, bem como para a Sony e Visa Pour L’Image do Overseas Club of America, e esta experiência equiparou-se, quer em termos do processo, quer pela extraordinária hospitalidade (não consigo esquecer as Bolas de Berlim) mas, acima de tudo, pela qualidade dos trabalhos. Não foi uma tarefa fácil. A enorme qualidade dos trabalhos exigiu que nos debruçássemos horas a fio sobre o grupo de finalistas. Cada membro do júri via-se dividido perante decisões que, necessariamente, teríamos de fazer. Presidir ao júri por vezes significa empurrar os membros desse júri a tomar decisões que prefeririam não tomar. Mas o processo que estabelecemos permitiu-nos destacar e elogiar trabalhos que estavam muito perto de vencer, o que de certa forma aliviou a dor de ter de chegar a um resultado final. À fantástica equipa, pelo seu conhecimento e paciência, bravo!
O estado da indústria da fotografia pode bem estar em mutação, e alguns argumentam que se têm deparado com obstáculos catastróficos nesta última década. Mas parece claro que a arte de contar histórias com imagens está bem viva e de saúde em Portugal – como comprova o trabalho poderoso e cativante que irão ver neste catálogo.    
Agradeço ao Luís Vasconcelos e ao Bruno Portela, e também à sua equipa, pelo convite, pela sua generosidade e dedicação. Agradeço ao presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, pelo seu apoio e por ter tido a visão de receber este evento. Congratulo todos os vencedores pelas suas capacidades, paixão e dedicação. Saúdo toda a comunidade da fotografia em Portugal, por manterem viva esta indústria e por preservarem os padrões e o espírito que irão atrair futuras gerações de talentosos contadores de histórias.

AIDAN SULLIVAN
Abril 2016

 

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