O GRANDE FOTOJORNALISMO MOSTRA-SE EM COIMBRA O mundo da fotografia voltou a concentrar olhares sobre Coimbra, em Julho, com a inauguração de oito exposições da maior actualidade, a atribuição dos prémios de fotojornalismo e outras iniciativas associadas. Foi o regresso do PRÉMIO ESTAÇÃO IMAGEM 2020 COIMBRA, que a cidade acolhe pelo terceiro ano consecutivo. Desta vez em condições particulares ditadas pelos condicionalismos de protecção da saúde, mas também com a importância e simbolismo acrescidos de reabertura dos espaços e actividades de cultura.
Destaque, desde logo, para aquela que é uma exposição inédita e de dimensão mundial, que vai ficar na galeria Sala da Cidade: SOS CLIMA, sobre a urgência ambiental do planeta e os efeitos das alterações climáticas, que reúne trabalhos das cinco grandes agências noticiosas internacionais de fotografia. Numa acção sem precedentes, Agence France-Press, The Associated Press, European Pressphoto Agency, Getty Images e Reuters cederam fotografias à Estação Imagem, que é responsável pela edição e desenho da exposição que ficará em Coimbra até finais de Setembro.
Também da maior actualidade é a exposição HONG KONG: A LUTA PELA LIBERDADE, de Felipe Dana (The Associated Press), sobre os recentes protestos naquele território da China, assim como FIM DO CALIFADO, uma reportagem de Ivor Prickett feita exclusivamente para o The New York Times, que cedeu as imagens do trabalho que documenta a luta para derrotar o ISIS no Iraque e na Síria para a exposição que será vista em Coimbra.
A cidade recebe ainda a exposição GUARDIÕES DA VIDA SELVAGEM, de Brent Stirton, fotojornalista que tem documentado a relação entre o ser humano e o meio ambiente. Trabalha regularmente com a Human Rights Watch, bem como com outras ONG e as fundações Gates, Clinton e Ford.
A CARAVANA, de Guillermo Arias, vencedor do Visa d’Or 2019 com este trabalho sobre a emigração em massa da América Central para os EUA; RUSGAS ÀS FAVELAS, de Patrick Chauvel, sobre as investidas da polícia brasileira às favelas do Rio de Janeiro; CHAMAM-NOS PARA CASA, uma abordagem de Sarah Blesener sobre a militarização de jovens nos EUA e na Rússia; e NA TERRA, de Ana Brígida, vencedora da BOLSA ESTAÇÃO IMAGEM 2019 COIMBRA, são outras exposições que igualmente inauguraram a 5 de Julho.
Além da Sala da Cidade, as exposições vão ocupar espaços do Convento São Francisco, Edifício Chiado, Casa Municipal da Cultura, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e Centro Cultural Penedo da Saudade.
Obrigado, desta vez, a reunir através das plataformas electrónicas, o júri para a edição deste ano do PRÉMIO ESTAÇÃO IMAGEM foi presidido por PATRICK CHAUVELl, o mais antigo repórter de guerra em exercício, tendo coberto já mais de 20 conflitos. BRENT STIRTON (sete prémios World Press Photo, seis prémios Lucie, o Visa d’Or e dois prémios pelas Nações Unidas), FELIPE DANA (fotojornalista da The Associated Press e finalista dos Pulitzer 2017, 2018 e 2019), e JOÃO SILVA (membro Bang Bang Club que documentou o fim do apartheid e repórter do The New York Times) são os outros membros do júri.
Foi também através das plataformas electrónicas que FRANCOS KHON (ex-director de fotografia da Agence France-Presse), ILVY NJIOKIKTJIEN (embaixadora Canon), Ana Brígida (fotojornalista) e os jurados JOÃO SILVA, BRENT STIRTON e FELIPE DANA ministraram as aulas abertas sobre edição e fotojornalismo. Do mesmo modo, ANA BRÍGIDA explicou como se desenvolveu o trabalho da BOLSA ESTAÇÃO IMAGEM.
A cerimónia de anúncio e entrega dos PRÉMIOS ESTAÇÃO IMAGEM 2020 COIMBRA teve lugar no dia 18 de Julho, no grande auditório do Convento São Francisco, seguida por uma conferência pelo presidente do júri, Patrick Chauvel. Os trabalhos vencedores desta edição do PRÉMIO ESTAÇÃO IMAGEM vão estar expostos na Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, em Loulé, de 7 de Agosto a 12 de Setembro próximos.
Recorde-se que, perante os efeitos da pandemia da doença COVID-19, o executivo da Câmara Municipal de Coimbra aprovou uma proposta excepcional para a actualização dos apoios atribuídos às associações culturais que não conseguiram realizar as suas actividades nos termos inicialmente previstos, como é o caso da Estação Imagem. O Município salienta que essa proposta teve em consideração que a pandemia afectou bastante o «mundo da cultura», tendo obrigado muitas iniciativas a serem «reagendadas, canceladas ou adaptadas à nova realidade». Nesse sentido, algumas associações «efectuaram despesa prévia para preparação de iniciativas que depois não se realizaram de todo ou nas condições inicialmente delineadas», pelo que o Executivo decidiu actualizar as condições do financiamento municipal visando dar apoio a estas associações para manterem a sua estabilidade e continuarem o bom trabalho que têm desenvolvido.