EXPOSIÇÕES ESTAÇÃO IMAGEM
2020 COIMBRA
ENTRADA LIVRE
\ 5 JUL—27 SET
CERIMÓNIA DE ENTREGA DOS PRÉMIOS
18 JUL / SÁB / 15H
AUDITÓRIO DO CONVENTO SÃO FRANCISCO
18 JUL / SÁB / 15H
AUDITÓRIO DO CONVENTO SÃO FRANCISCO
Nota:
Excepcionalmente, o júri fará a deliberação do PRÉMIO ESTAÇÃO IMAGEM 2020 COIMBRA à distância, usando a plataforma electrónica eContest, desenvolvida pela EOX LTD.
A lotação do auditório do Convento São Francisco está sujeita à limitação de lugares imposta pelas autoridades de saúde.
O vencedor da Bolsa Estação Imagem 2020 Coimbra acumulará o prémio com um vale Fujifilm no valor de 600€ para a compra de material fotográfico, e o vencedor da Fotografia do Ano receberá também um vale no valor de 400€, ofertas da Fujifilm.
O acesso às aulas é feito através dos links disponíveis neste site, Instagram ou Facebook da Estação Imagem.
Basta clicar e assistir no dia e hora programados.
Basta clicar e assistir no dia e hora programados.
13—17 JUL
AULAS ABERTAS
EM DIRECTO VIA ZOOM
EM DIRECTO VIA ZOOM
© DR
ILVY
NJIOKIKTJIEN
COMO DESENVOLVER A ACTIVIDADE DE FOTOJORNALISTA NOS DIAS DE HOJE
Premiada fotógrafa documental independente e jornalista multimédia.
Embaixadora Canon
13 JUL
10H00—12H30
LINK ZOOM
© DR
ANA
BRÍGIDA
COMO ELABORAR E DESENVOLVER UM PROJECTO DE BOLSA FOTOGRÁFICO
Fotojornalista vencedora da Bolsa Estação Imagem 2019 Coimbra.
14 JUL
10H00—12H30
LINK ZOOM
© DR
BRENT
STIRTON
HISTÓRIAS DO FOTOJORNALISMO
Fotógrafo sul-africano, é correspondente sénior da Getty Images e fellow da National Geographic Society. É especialista em fotojornalismo de investigação e documentário. Tem-se focado, desde 2007, nos aspectos da interação humana com o ambiente.
Embaixador Canon
14 JUL
15H00—17H30
LINK ZOOM
© JOEL SAGET
FRANCIS
KOHN
DA OBSCURIDADE À RIBALTA: O PODER DA FOTOGRAFIA NA INDÚSTRIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Ex-director de fotografia da Agence France-Presse [AFP].
15 JUL
10H00—12H30
LINK ZOOM
© RENATA BRITO
FELIPE
DANA
COBERTURA DE CONFLITOS E EVENTOS INTERNACIONAIS
Fotojornalista brasileiro da agência The Associated Press. Dana fez parte da equipa da AP finalista dos prémios Pulitzer em 2017, 2018 e 2019.
16 JUL
10H00—12H30
LINK ZOOM
© LUÍS BARRA
JOÃO
SILVA
HISTÓRIAS DO FOTOJORNALISMO
Fotógrafo do The New York Times desde 2000. membro do Bang-Bang Club, grupo de fotojornalistas que documentaram o fim da era do apartheid.
17 JUL
10H00—12H30
LINK ZOOM
EXPOSIÇÕES
SALA DA CIDADE
CMCOIMBRA
TER A SÁB
13H00—18H00
Ø DOM, SEG E FER
COMISSÁRIO
LUÍS VASCONCELOS
5 JUL—26 SET
SOS CLIMA
EXPOSIÇÃO PRODUZIDA COM O APOIO: AGENCE FRANCE-PRESSE [AFP], THE ASSOCIATED PRESS [AP], EUROPEAN PRESSPHOTO AGENCY [EPA], GETTY IMAGES, E / AND REUTERS
Houve tempos em que uma célebre revista francesa – Paris Match – se anunciava na base do «peso das palavras e choque das imagens». As alterações climáticas desactualizaram o célebre achado deste slogan. Imagens e palavras entrançam-se necessariamente hoje nas exigências de rigor informativo e na complexidade dos problemas.
Se muitas destas imagens que compõem a exposição SOS CLIMA são efectivamente chocantes, esse choque obriga-nos a lê-las numa profundidade que as nossas próprias palavras também procuram dizer. Algumas são autênticos ensaios visuais que nos pedem para ir além do choque e esclarecer os detalhes, os processos, a enormidade das agressões ambientais e o modo como elas desabam de forma tão iníqua sobre os humanos.
Um aspecto ressalta entre outros: a proximidade da catástrofe com o dano prolongado. As minas a céu aberto e os incêndios devastadores. As tremendas lixeiras e os tremendos efeitos dos tornados. O flagelo das secas e o flagelo das cheias. O ar irrespirável e os animais marinhos enredados em crude. O degelo e as perdas. A destruição, a pobreza e o sofrimento. O tempo já não separa o acontecimento súbito da realidade destroçada do Ambiente, e a ruína tornou-se uma condição transversal que só a cegueira, a ignorância e a ganância permitem que alguns se sintam a salvo dela.
Esta exposição tem o «peso das palavras» sem deixar de ter o «choque das imagens». Nela soa o apelo urgente a que todos temos de saber dar resposta já. E, no meio desta notável colecção de fotografias, a figura de Greta Thunberg e dos jovens do movimento climático «Fridays for the Future» falam directamente connosco e deixam-nos sentir que ainda há esperança para a acção.
LUíSA SCHMIDT
GALERIA PINHO DINIS
CASA MUNICIPAL DA CULTURA
Seg a sex
09H00 — 19H30
sáb
11H00 — 13H00 / 14H00 — 19H00
Ø dom e fer
15 JUL—15 SET
SEG A SEX 09H00—18H30
Ø SÁB, DOM E FER
BRENT STIRTON
Fotógrafo sul-africano,
é correspondente sénior da Getty Images
e fellow da National Geographic Society.
É especialista em fotojornalismo de investigação e documentário. Tem-se focado, desde 2007, nos aspectos da intersecção do homem com o ambiente.
O seu trabalho é publicado regularmente na National Geographic magazine, GEO,
Le Figaro, Stern, e noutras publicações internacionais. Tem trabalhado com grupos de conservação da natureza um pouco por todo o mundo, passando muitos meses no terreno a desenvolver as suas reportagens. Brent sente que o trabalho destes grupos
é absolutamente vital e muito pouco reconhecido.
5 JUL—26 SET
BRENT STIRTON
GUARDIÕES DA VIDA SELVAGEM
GUARDIÕES DA VIDA SELVAGEM
EXPOSIÇÃO PATROCINADA PELA CANON PORTUGAL
Sou fotojornalista do ambiente. Setenta por cento do meu tempo é dedicado a relatar a intersecção entre o homem e a natureza. Gostava que fosse 100%. O fotojornalismo convencional está bastante desenvolvido e estabelecido, porém, o mesmo não acontece com este campo. O meu foco centra-se nos poucos homens e mulheres que se dedicam a proteger o nosso património natural. Estes guardiões da conservação levam vidas espartanas em sítios isolados, são pobremente pagos e estão frequentemente em grande perigo. Apesar disto, parece haver da nossa parte a expectativa de que estas pessoas tratem de proteger o nosso mundo natural sem o apoio de todos nós. Tive o privilégio de viver com estes grupos em muitas ocasiões ao longo dos últimos 12 anos e estas são as imagens que mais valorizo desses momentos. É uma vida dura e tantas vezes ingrata para estes homens e mulheres. Espero que algumas das minhas imagens possam ajudar a prestar-lhes o devido tributo. A prática da conservação da natureza nos dias de hoje tornou-se, em grande parte, numa guerra de sucessivos atritos: isto significa um confronto entre os guardiões mal equipados e os caçadores ilegais fortemente armados e protegidos, redes de crime organizado, e políticos corruptos. Fotografei a guerra, a fome, a doença, enfim, os suspeitos do costume na minha profissão. Mas só em 2007, quando fotografei nove Gorilas da Montanha assassinados na República Democrática do Congo, é que me senti de facto útil. Percebi, pela primeira vez, a ligação inata entre o mundo do homem e o mundo natural e como o conflito muitas vezes dilui as linhas que os separam. Tudo está a acontecer no mesmo espaço; não damos primazia à natureza e isso só nos prejudica. Todos vemos as consequências à nossa volta se olharmos com atenção. Para mim, pessoalmente, os animais são como crianças, são seres inocentes. Eles merecem o nosso amor, o nosso respeito e, acima de tudo, a nossa proteção. Ironicamente, e mais do que nunca, vivemos numa época onde o mundo nos surge hiper-conectado. Há um enorme potencial de nos encontrarmos em torno de um sistema de valores em comum para o bem do nosso planeta e de todos os habitantes da Terra. Já somos demasiados nesta casa, e se quisermos evitar o fracasso colossal da nossa civilização, então as lideranças terão de priorizar o ambiente tal como fizeram com a economia até aqui. Estes dois reinos não estão separados como duas ilhas isoladas.
BRENT STIRTON
GALERIA PEDRO OLAYO (FILHO)
CONVENTO SÃO FRANCISCO
TODOS OS DIAS
15H00 — 20H00
IVOR PRICKETT
O trabalho de Ivor tem-se focado, mais recentemente, no combate
ao Estado Islâmico (EI, ou ISIS, na sigla em inglês) no Iraque e na Síria. Trabalhando exclusivamente para o The New York Times, passou meses no terreno a reportar aquele contexto através da fotografia e da escrita.
O seu trabalho no Iraque e na Síria valeu-
lhe o primeiro prémio no World Press Photo 2018 na categoria General News Stories, bem como uma nomeação para finalista na categoria Breaking News Photography dos prémios Pulitzer. O seu trabalho intitulado End of the Caliphate foi publicado na íntegra num livro lançado pela conceituada editora Steidl em Junho de 2019. A obra de Ivor
tem sido reconhecida com vários prémios de prestígio, incluindo o World Press Photo, o Pulitzer, o Overseas Press Club Awards, Pictures of the Year International, Foam Talent, o Taylor Wessing Portrait Prize e o Ian Parry Scholarship. Foi recentemente seleccionado para o ciclo Prix Pictet 2019. As suas fotografias têm sido exibidas
em várias instituições, tais como Victoria and Albert Museum, Foam Gallery em Amesterdão e National Portrait Gallery em Londres. É representado pela Panos Pictures em Londres e é também Embaixador da European Canon.
Prickett é licenciado em Fotografia Documental pela Universidade de Wales, Newport.
5 JUL—6 SET
IVOR PRICKETT
FIM DO CALIFADO
FIM DO CALIFADO
AGRADECIMENTO: DAVID FURST / THE NEW YORK TIMES
Reportando a luta contra o Estado Islâmico (ISIS) no Iraque e na Síria (2016–2019).
Em meados de Julho de 2017, parecia incompreensível que restasse alguém vivo depois de semanas de confrontos na Cidade Velha de Mossul, o último bastião do Estado Islâmico no Iraque. Porém, algumas bolsas de guerrilheiros fanáticos continuavam a resistir. Ao mesmo tempo, de forma horrível e surpreendente, continuavam a surgir civis desta zona de batalha.
Numa base da linha da frente no distrito de Maydan na Cidade Velha, as forças especiais trouxeram um homem que segurava um menino que teria no máximo dois anos. O homem, descalço, com um colete ensanguentado e calções sujos, não conhecia
a criança. Imediatamente os soldados suspeitaram de que o homem a usava como escudo humano para sair dos escombros. Puseram-no à parte. Um momento deveras surreal de testemunhar, este, onde homens endurecidos pela guerra, peritos em matar, pousavam as armas e tomavam conta daquele frágil ser. Foi como se, por um momento, a criança fizesse com que os homens esquecessem a orientação que as suas vidas tinham tomado e os amigos perdidos ao longo daqueles oito meses. Ou, talvez, a criança os fizesse lembrar.
Centenas de milhares de pessoas fugiram das zonas de um combate que custou a vida a milhares de civis e deixou vastas
áreas da cidade em ruínas. Ainda assim, a reconquista de Mossul terá sido um passo fundamental para a derrota do Estado Islâmico. Por volta de Outubro, a capital do autodenominado «califado», a cidade de Raqqa, na Síria, havia sido também
ela reconquistada. No final, o Estado Islâmico viu-se encurralado numa pequena faixa de terra nas margens do rio Eufrates,
no Sudeste da Síria, junto à fronteira com o Iraque. No início de 2019, a chamada «batalha final» para varrer a presença dos combatentes islâmicos levou não semanas mas meses, devido ao vasto número de civis envolvidos, maioritariamente mulheres e crianças usados por aqueles como escudos humanos. À medida que o arrastão das forças curdas apoiadas pelos EUA avançava sobre os mais duros combatentes que ainda restavam, emergiam também desta pequena área, e em cadeia, dezenas de milhares de civis – pessoas fatigadas e em estado de choque devido aos bombardeamentos. Encontram-se agora no Norte da Síria em campos de detenção vagamente guardados, onde ainda apregoam slogans do Estado Islâmico e vão bradando ao alto que o Estado triunfará sobre as cinzas. A luta para derrotar o ISIS e a sua ideologia venenosa está longe de ter acabado.
IVOR PRICKETT
GALERIA PINHO DINIS
CASA MUNICIPAL DA CULTURA
Seg a sex
09H00 — 19H30
sáb
11H00 — 13H00 / 14H00 — 19H00
Ø dom e fer
15 JUL—15 SET
SEG A SEX 09H00—18H30
Ø SÁB, DOM E FER
FELIPE DANA nasceu no Rio de Janeiro
em 1985. Em 2009, juntou-se à Associated Press, decidido a dedicar-se em exclusivo
ao fotojornalismo, focando-se na altura no tumulto social que se fazia sentir na sua cidade natal durante os preparativos para
o Campeonato do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Dana documentou também a violência urbana na América Latina, a epidemia do Zika, a crise dos migrantes na Europa e em África, e os conflitos armados no Médio Oriente.
O seu trabalho recebeu vários prémios, incluindo, entre outros, os prémios World Press Photo, POYi – Pictures of the Year International e Batam, OPC – Overseas Press Club, NPPA – National Press Photographers Association, CHIPP – China International Photo Competition, e o Atlanta Photojournalism. Felipe fez também parte das equipas finalistas da Associated Press nomeadas para os prémios Pulitzer de 2017, 2018 e 2019.
5 JUL—26 SET
FELIPE DANA
HONG KONG: A LUTA PELA LIBERDADE
HONG KONG: A LUTA PELA LIBERDADE
EXPOSIÇÃO PRODUZIDA COM O APOIO: THE ASSOCIATED PRESS [AP]
Esta série de imagens documenta os recentes protestos de rua contra o governo chinês em Hong Kong.
Para muitos dos manifestantes em Hong Kong, a questão da identidade está ligada à questão da vigilância estatal. Usam as características máscaras, chapéus de chuva e vestimentas pretas como um escudo não só contra as ameaças físicas, como gás lacrimogéneo e balas de borracha, mas também contra o perigo invisível de serem identificados e seguidos pelo governo.
Em Junho de 2019, protestos em massa emergiram subitamente após a aprovação da proposta de lei de extradição de arguidos residentes em Hong Kong para a China continental. A antiga colónia britânica voltou a fazer parte do Estado chinês em 1997 e desde então, e no geral, manteve a sua autonomia. No entanto, sob o acordo denominado «um país, dois sistemas», os manifestantes alegam que o governo chinês estaria lentamente a retirar direitos civis aos cidadãos de Hong Kong. Depois de meses de protestos que chegaram ao ponto de paralisar os transportes públicos e o aeroporto internacional da cidade, a governadora de Hong Kong, Carrie Lam, retirou a proposta de lei em Setembro de 2019.
Ainda assim, as manifestações não pararam e evoluíram mesmo para exigências de mais democracia e de inquéritos à acção policial. Os confrontos entre agentes da polícia e activistas tornaram-se cada vez mais violentos, com a polícia anti-distúrbios a disparar balas verdadeiras, com resposta dos manifestantes com ataques aos agentes e lançamento de cocktails molotov.
FELIPE DANA
EDIFÍCIO CHIADO
TER A SEX 10H00—18H00
SÁB 10H00—13H00 / 14H00—18H00
Ø DOM, SEG E FER
ANA BRÍGIDA, de 34 anos, iniciou-se na fotografia em 2005, com a entrada no curso do IPF, em Lisboa. Em 2009 mudou-se
para a China para fazer um mestrado em fotojornalismo e fotografia documental
no Dalian Institute of Image and Art em parceria com a Universidade Bolton, em Inglaterra, onde desenvolveu as suas capacidades fotográficas e uma forte paixão por vídeo e multimédia.
Entre 2012 e 2013, em Nova Iorque,
estagiou na Magnum e trabalhou no Bronx Documentary Center, onde também mostrou a exposição «How the Other Half Still Lives». É a partir de Lisboa que trabalha agora como freelancer, tendo vencido as categorias de Assuntos Contemporâneos e Natureza do Prémio Estação Imagem 2017, ano em que lhe foi também atribuído o primeiro prémio do concurso
de fotografia da UNESCO de direitos humanos e integração. Muito do seu trabalho como fotojornalista tem sido publicado em órgãos como Expresso, Público, The New York Times, The Washington Post, Stern magazine, Le monde, Geo magazine e Helsingin Sanomat.
5 JUL—9 AGO
ANA BRÍGIDA
NA TERRA
NA TERRA
BOLSA ESTAÇÃO IMAGEM 2019 COIMBRA
Esta é uma história de amor entre o homem, a natureza e os animais. Desde há muito que o interior se despovoa, seja pela falta de interesse na continuação do trabalho no campo, seja pela utopia das cidades de uma vida mais cheia e rica. O êxodo para as metrópoles deixou aldeias ao abandono, casas em ruínas, terras tomadas pela natureza e à mercê dos incêndios. Mas a vivência desligada da terra, a massificação urbana e uma sociedade virada para o consumo e para a tecnologia trou- xeram também o interesse de muitos em voltar para a calma do interior. Procuram a vida perdida de gerações anteriores e dão-lhe uma nova energia e significado. Vêm com o sonho de viver mais perto da natureza, tratar dela. Viver de uma forma mais sustentável e onde o círculo de utilização é completo. Usar o que a terra dá, para comer, construir, curar e meditar.
Na Serra do Açor, estima-se que vivam já mais de mil novos habitantes nos concelhos da região. A maior parte estrangeiros mas também alguns portugueses que voltam a dar vida às terras. Na zona da Benfeita, há agora 35 crianças que devolveram à aldeia a vida e energia que há muito dali andavam arredadas.
Lutam a favor das espécies autóctones da floresta e contra o eucalipto e as monoculturas, reconstruíram as casas devoradas pelas chamas em Outubro de 2017, reergueram a comunidade. A maior parte dedica-se à permacultura e alguns recebem voluntários que se interessam por aprender. Muitos acabam até por comprar terreno e começam uma nova vida. Uma vivência onde há tempo para plantar, trabalhar, descansar e, principalmente, para as relações humanas.
Aprendem os velhos costumes, as técnicas de xisto e dão-lhes uma nova vida. Misturam a arquitectura do passado com madeiras vindas dos fogos e juntam-lhe o que a natureza tem. Há quem tenha cabras e ovelhas. Todas têm nome.
Criaram uma nova economia, uma moeda própria – a estrela –, dois mercados de produtos artesanais, um projecto de apren- dizagem comunitária, uma associação criativa e uma loja de roupa em segunda mão, entre muitas outras coisas. Juntam-se para os interesses comuns, mas vivem de forma autónoma, cada família com o seu próprio projecto.
A vida nem sempre é fácil, o trabalho na montanha é por vezes árduo, mas a vontade é maior do que a dificuldade. Unem-se para o bem comum e em torno da natureza.
ANA BRíGIDA MARÇO 2020
MOSTEIRO DE
SANTA CLARA-A-VELHA
TER A DOM E FER
10H00—18H00
Ø SEG
COMISSÁRIO
LUÍS VASCONCELOS
PATRICK CHAUVEL (Paris, 1949) é jornalista, fotógrafo, documentarista, e escritor. Desde a guerra do Vietname, em 1968, à guerra
na Síria, em 2019, Chauvel documentou no terreno quase todos os conflitos armados dos últimos 50 anos. As suas fotografias
têm sido publicadas pela Newsweek, Time magazine, Life, Stern, Paris-match, VSD, etc.
e valeram-lhe inúmeros prémios, incluindo o World Press Spot News em 1996, com
uma reportagem sobre a Chechénia. Em 2014, criou o Fundo Patrick Chauvel com três objectivos centrais: agrupar todo o seu trabalho fotográfico, criar uma plataforma de reflexão à volta da profissão de repórter de guerra e, por último, servir de ligação entre gerações, nomeadamente dando visibilidade aos fotógrafos emergentes cujos trabalhos são menos conhecidos.
Em 2020, o Fundo Patrick Chauvel abrirá as suas portas ao público no Memorial de Caen (Normandia, França).
www.fonds-patrickchauvel.com
www.fonds-patrickchauvel.com
5 JUL—16 AGO
PATRICK CHAUVEL
RUSGAS ÀS FAVELAS
RUSGAS ÀS FAVELAS
Nos meses de preparação para receber o Campeonato do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos, a cidade do Rio de Janeiro – uma megalópole e uma das cidades mais perigosas do mundo – é varrida por uma guerra sem tréguas aos traficantes de droga. Uma política de «pacificação» de alto risco.
«O governo deixou andar por 30 anos. Não deu atenção aos pobres, as favelas se multiplicaram, e os traficantes acabaram
por tomar o lugar do Estado ausente», diz um comandante da polícia militar. Tanto é que, em 2009, o Rio figurava como a cidade mais perigosa do mundo, com mais de 4800 mortos por armas de fogo e por armas brancas, machados e catanas. Mais de metade dos homicídios estão directamente ligados ao narcotráfico. Nesse mesmo ano, a polícia matou 1188 pessoas e 118 polícias perderam a vida. As milícias da polícia, conhecidas como «liga da justiça», começaram a receber dinheiro extra por cada traficante que abatessem – o chamado bónus do «xerife». Os traficantes viam a polícia como mais um gangue, apenas mais bem armado. Nesse ano de 2009, durante a segunda legislatura presidida por Lula da Silva, o governo lançou um programa para restabelecer o controlo das tradicionais áreas de narcotráfico e de violência entre gangues: as favelas. Várias equipas das forças especiais da polícia militar continuaram as operações de «pacificação» nas favelas.
A operação de «limpeza» acelerou e intensificou-se no período de preparação do Campeonato Mundial de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. No entanto, das 1020 favelas identificadas no programa, apenas 30 estão «pacificadas». Isto significa que os traficantes foram presos ou mortos. Tem havido uma clara preferência pela segunda opção.
PATRICK CHAUVEL
CENTRO CULTURAL
PENEDO DA SAUDADE
TER A SÁB 14H00—20H00
Ø DOM E SEG
GUILLERMO ARIAS Colaborador regular da Agence France Presse (AFP), o seu trabalho foi premiado inúmeras vezes, incluindo, entre outros: Visa d’or News 2019, o mais prestigiado prémio atribuído pelo Festival Visa Pour l’Image; Istanbul Photo Awards 2019, 1.o prémio em Story News; The Best of Photojournalism 2010, menção honrosa nas categorias Domestic News Picture Story e Domestic News Singles; POY Latam 2019,
1.o prémio em Spot News Singles; 67th Pictures of the Year International, prémio de excelência em Spot News; Photographers Giving Back Award, 1.o prémio na categoria News Picture of the Year 2009; The Deadline Club New York City Chapter
Spot News Photo 2009; Premio Nacional de Periodismo Cultural Fernando Benitez 2009 com a história «Los muertos de todos los días»; 1.o lugar no segundo POY Latin America, Spot News Singles.
5 JUL—27 SET Ø AGO
GUILLERMO ARIAS
A CARAVANA
A CARAVANA
EXPOSIÇÃO PRODUZIDA COM O APOIO: AGENCE FRANCE-PRESSE [AFP]
A migração de cidadãos da América Central para os Estados Unidos acontece desde há muitos anos. Na última década tem- se assistido a um aumento do número de famílias e de menores desacompanhados que tentam passar a fronteira desde o México para os Estados Unidos. A maioria, sem dúvida pessoas que saem dos seus países para fugir a situações de violência e de pobreza extremas, provém do triângulo norte da América Central – Guatemala, Honduras, e El Salvador. Porém, só em 2018 este fenómeno começou a ser alvo de atenção mediática, devido aos grandes grupos de pessoas em movimento e ao alarme soado pelo presidente Donald Trump.
As extensas caravanas nascem da necessidade de fazer a travessia do México da forma mais segura possível, uma vez que neste território, e ao longo dum caminho perigoso, os migrantes encontram-se constantemente expostos a abusos vários por parte de gangues, traficantes de pessoas, redes de crime organizado, mas também pelas autoridades estatais. O facto de viajarem em grupos grandes, onde dificilmente um indivíduo desaparece ou é apanhado, dá-lhes alguma segurança e um sentimento de protecção para levarem a cabo este êxodo.
Os desafios que enfrentam durante a travessia do México, as dificuldades com que se deparam quando chegados à fronteira com os EUA e, por fim, a luta e o desespero na tentativa de ultrapassar a todo o custo as barreiras físicas e concretas. Tudo em busca do «sonho americano».
AFP
CENTRO CULTURAL
PENEDO DA SAUDADE
TER A SÁB 14H00—20H00
Ø DOM E SEG
SARAH BLESENER Fotógrafa documental, sedeada em Nova Iorque. Após a licenciatura, estudou na Bookvar Russian Academy em Minneapolis, dedicando-se à língua russa. Graduou-se no programa de Jornalismo Visual e Prática Documental do International Center of Photography em Nova Iorque. Os seus últimos trabalhos exploram o tema da ideologia no contexto da juventude na Rússia, na Europa
de Leste, e nos Estados Unidos. Recebeu uma bolsa da Alexia Foundation pelo seu trabalho desenvolvido durante 2017 em Nova Iorque e, no mesmo ano e enquanto Fellow da Catchlight, trabalhou com a Reveal
do Center for Investigative Reporting. Em 2018, recebeu uma bolsa da Eugene Smith Fellowship. Em 2019, o seu projecto pessoal de longo prazo intitulado «Beckon Us from Home» («Chamam-nos para Casa») valeu-lhe o primeiro lugar na categoria de Projecto
de Longa Duração nos prémios World Press Photo 2019.
5 JUL—27 SET Ø AGO
SARAH BLESENER
CHAMAM-NOS PARA CASA
CHAMAM-NOS PARA CASA
A educação para o patriotismo, frequentemente de cariz militar, é hoje o mote de muitos dos programas para jovens
nos EUA e na Rússia. Nos Estados Unidos, a dupla mensagem de «America first» [América primeiro] e «Americanism» [Americanismo] é usada não só como estandarte de movimentos políticos actuais, mas também como mote do ensino nos campus e clubes espalhados um pouco por todo o país onde se ensina aos jovens o que é «ser americano». Na Rússia, os clubes e campus patrióticos são encorajados pelo governo. Em 2015, o presidente Vladimir Putin ordenou a fundação de um movimento de jovens cujo objectivo seria o de ajudar na formação cívica da juventude em termos de ideologia, religião, e preparação para a guerra. O programa intitulado «Educação Patriótica dos Cidadãos Russos 2016–2020» propõe um aumento de 8% do nível de patriotismo entre a juventude e um aumento de 10% de recrutas nas forças armadas.
Nos EUA, no microcosmos de uma nação em mudança, os jovens tentam navegar entre a vulne-rabilidade da adolescência e a perda de individualidade. Beckon Us From Home [Chamam-nos para Casa] é um projecto de fotografia em curso
que investiga o modo como uma nação instiga e tenta passar o ideário do patriotismo e demais tradições para as novas gerações. O objectivo deste trabalho é o de abrir o debate em torno de ideias complexas com diferenças subtis que,
de forma consistente, se tentam incutir nas gerações futuras. Como é que os jovens estão a responder à sociedade contemporânea, com todas as transformações inerentes nos sistemas de valores?
SARAH BLESENER
ficha técnica
Direcção
Luís Vasconcelos
Coordenação
Luís Vasconcelos e Susana Cruz
Design [comunicação e exposições]
Susana Cruz
Inscrições prémio
José Manuel Ribeiro
Website
Paulo Cruz
Edição de textos
José Augusto Moreira
Fotografia
Luís Barra
Vídeo
Abel Rosa
Tradução
Vera Baeta
Revisão
Susana Baeta
Banda sonora do prémio e Instagram
Henrique Malha
Pós-produção das fotografias
José Francisco
Impressão [jornal e fotolivros]
Norprint – A casa do livro
Impressão [fotografias das exposições]
Pedro Leite
Outras impressões
Imprevistas